O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) descartou nesta quinta-feira que o governo possa melhorar neste ano a política de reajuste salarial estabelecida pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) aos funcionários dos Correios quando determinou o fim da greve da categoria.
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Apesar de reconhecer que o reajuste foi "pior" do que os trabalhadores reivindicavam, Carvalho disse que não há o que ser feito porque se trata de uma decisão judicial. A greve da categoria durou 28 dias. Os trabalhos estão sendo retomados a partir de hoje.
A decisão do TST prevê reposição na inflação de 6,87%, reajuste linear de R$ 80 a partir de outubro e um vale extra (alimentação) único de R$ 575. O resultado é muito abaixo da reivindicação inicial dos trabalhadores, que pediram reajuste de 7,16%, reposição das perdas dos últimos 16 anos de 24% e reajuste linear de R$ 400.
Os ministros do TST determinaram o desconto no salário de 7 dos 28 dias de paralisação. Os outros 21 serão repostos pelos funcionários em trabalho extra aos sábados e domingos.
"O governo não pode mexer nessa questão. É uma determinação da Justiça que será cumprida. Nós não temos mais o que fazer nesse ano salvo cumprir essa decisão. Do ponto de vista salarial, a proposta é boa. Tanto que a categoria tinha aceito essa proposta há cerca de 20 dias. O que ficou pendente era a questão dos dias parados."
Para o ministro, que é responsável pela interlocução com os movimentos sociais e sindicais, a posição intransigente do movimento de greve acabou prejudicando a categoria. Carvalho disse que o governo tentou uma "saída honrosa para os dois lados".
"Infelizmente, por várias vezes, os acordos realizados nas mesas não conseguiram ser traduzidos depois nas assembleias. Agora, a Justiça fez uma determinação menor do que os trabalhadores esperavam, é pior do que aquilo que estávamos propondo em acordo. Agora se trata de cumprir a determinação e só esperamos que as atividades agora voltem ao normal".
Carvalho disse que a determinação da presidente Dilma Rousseff é procurar o diálogo sempre. A Folha mostrou na segunda-feira que para os sindicalistas, o governo Dilma endureceu as negociações em relação ao governo Lula.
"A vida é assim quando é possível um acordo bem, quando não dá, vai para a Justiça. O governo não muda sua posição de seguir dialogando", afirmou.
BANCOS
O ministro reconheceu que o Planalto está preocupado com a greve dos bancários, mas disse esperar um desfecho em breve.
"Estamos preocupados com a greve dos bancários, que está vigente e também esperamos que haja uma solução. Há uma negociação marcada para a tarde de hoje, mas é um tipo de greve que o governo participa parcialmente através dos bancos estatais, mas estamos sabendo que se vislumbra uma saída para essa greve".
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